quarta-feira, 29 de julho de 2009

Texto memorável

Continuando a visão B-side do amor, segue mais um texto memorável, esse escrito por Neil Gaiman. E antes que perguntem: não, não estou passando por dor de amor. hehehehehe

"Você já se apaixonou? Horrível, não é?

O amor te deixa tão vulnerável. Rasga seu peito e se apodera do seu coração deixando o caminho livre pra alguém entrar e fazer a maior confusão. Você constrói tantas defesas… monta toda uma armadura durante anos até que nada possa te atingir e aí vem um idiota, que não difere em nada de qualquer outro idiota no mundo e invade sua vida idiota. Você dá um pedaço de você e muitas vezes eles nem pedem por isso! Aí, é só tomarem uma atitude estúpida o bastante como te beijar ou até sorrir pra você e pronto, a sua vida não te pertence mais. Viramos reféns do amor. Ele se apodera da gente. Ele come a gente vivo e nos deixa sozinhos, chorando na escuridão e então, uma simples frase como “talvez devêssemos ser somente amigos” atravessa seu coração como estilhaços de vidro. Dói. Não só na imaginação. Não só em sua mente. É uma dor na alma, uma dor física daquelas dilacerantes capazes de te dividir em dois. Nada no mundo deveria ter esse poder. Principalmente o amor. Eu odeio o amor. "

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fim do romantismo

Escrevi esse texto há algum tempo atrás (acredito que por volta de 4 meses) e bem, o que posso dizer? É minha opinião. Aqueles que discordarem, por favor, sejam educados e exponham suas visões de forma a acrescentar algo construtivo, não dizendo "nossa, não fala merda!". Tudo pode ser visto por diversos pontos de vista e resolvi pegar um ponto de vista nada explorado sobre o amor e dissertar a respeito. Bem, segue o texto.

"
"O amor é uma droga e, como qualquer droga forte, causa dependência". Assim falou (ou algo parecido com isso), Roland Deschain, personagem de Stephen King na septologia "A Torre Negra". E bem, o que posso dizer: ele está certo!

Quando estamos sob efeito do amor um véu transparente e colorido desce sobre nossa visão e então, não importa se estamos tristes, furiosos, deprimidos, etc., sempre veremos um mundo tenuamente trêmulo e colorido. Diga-me se essa não é a mesma sensação relatada por usuários de drogas? E o melhor: sabe por que fazemos isso? Por que usamos drogas, independente de quais sejam? PORQUE SOMOS PESSOAS CRETINAS E COVARDES DEMAIS PARA ENFRENTAR A REALIDADE NUA E CRUA!!!!

Para exemplificar o processo peguemos uma situação qualquer e como se desenrola o vício.

Antes do primeiro amor você vive uma vida tranquila, as coisas se desenrolam numa certa ordem e, por mais que aconteçam coisas ruins, são absorvidas. Então vem o momento derradeiro: nos apaixonamos! E pode ser por uma pessoa do sexo oposto (ou do mesmo, vai saber?), por um trabalho, por um objeto, etc. OK. O véu cai e a vida acaba. Quando o foco do amor desaparecer, for embora, quebrar-se, etc., o véu se levanta e simplesmente não é possível mais encarar o mundo. Não sem aquelas cores! E aqui vem a grande ironia do amor: NÃO NOS APAIXONAMOS PELAS PESSOAS, OBJETOS, ETC. NOS APAIXONAMOS PELA SENSAÇÃO QUE ELAS PROVOCAM!!! Se aparecer outra coisa/pessoa que produza uma sensação igual ou mais forte, pronto! Lá se foi a dor. Olá "brisa"! Estou legal de novo! E não pára por aí!! Ah, não mesmo!! Uma vez apaixonado, esquece. Você desejará essa sensação sempre e sempre e ficar sozinho, sem ninguém para amar, se torna cada vez mais insuportável. Essa dor é tão excruciante que pode levar a casos clínicos de perturbação, paranóia, compulsões e morte. QUALQUER SEMELHANÇA COM DROGAS SINTÉTICAS NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!!

Agora, explicado o processo "químico" da coisa, vamos aos aspectos sociais.

Quando estamos apaixonados, nossa libido, nossa concentração, é totalmente voltada ao objeto do nosso amor. Começamos a negligenciar amigos, família, etc. Se não tivermos cuidado perdemos totalmente a vontade de fazer qualquer outra coisa para nos dedicar ao objeto do nosso amor (atire a primeira aquele que nunca passou/viu uma situação dessas!). Esse fato é o mesmo que acontece com viciados em drogas como cocaína, maconha, etc. Quando estão "viajando" negligenciam todas as relações e focam sua atenção na sensação prazeirosa proporcionada pela droga. QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MESMO MERA COINCIDÊNCIA!!!

Mas como nem tudo são espinhos, vamos falar das rosas.

Um velho ditado diz: "A diferença entre o remédio e o veneno é a dose". Fato. E com o amor não é diferente. Se nos abstecemos totalmente do amor seríamos meros robozinhos, sem eira nem beira, vagando sem sentido. O amor por uma atividade, por um amigo, pela família, dosado corretamente, nos mantém sãos. A realidade esmaga de maneira impiedosa e cruel e sem esse apoio seria impossível sobreviver. O grande problema é quando essa dose ultrapassa os níveis permitidos e seguros. Então, a partir desse momento, o amor deixa de ser algo benéfico para se tornar uma droga, com potencial destrutivo muito maior que qualquer droga sintética.

E é claro, sempre haverão os puristas dizendo que o amor mantém o ser humano vivo, que sem isso somos animais, blá, blá, blá. Dirão que o motivo pelo qual amamos é para compartilhar coisas, sensações, sentimentos, etc. Ah, é? Então como podemos passar uma vida inteira amando alguém sem nunca conhecer-lhe todos os segredos? Grande partilha onde, propositalmente, escolhemos alguns dos nossos segredos e os escondemos no sotão de nossas mentes, para nunca dizer a ninguém. Realmente, não acredito que amamos simplesmente por amar. A sensação provocada é o que buscamos assim como buscamos o orgasmo durante o ato sexual.

E bem, seja lá quem inventou o amor, merece meus parabéns! É a melhor forma de controle que existe. Uma pessoa apaixonada nunca, nunca, NUNCA arriscará questionar demais e nem saíra da linha para tentar qualquer tipo de revolução. Alguém tem notícia de alguma revolução provocada por pessoas dopadas de morfina? Ou LSD? Cocaína? NÃO. Porque estão todos muito ocupados absorvendo o máximo que podem da sensação inebriante e aliviadora provocada pela sua droga.

FIM!"

domingo, 26 de julho de 2009

Ainda existem pessoas legais no mundo!

Bem, na madrugada do dia 26/07/2009, quatro amigos e eu estávamos voltando de um show em Pinheiros e, pra variar, não fazíamos a menor idéia de como voltar (ou melhor, tínhamos uma idéia mas era demorada e dolorida demais: andar muito!).

Enfim, andando pela Brigadeiro Faria Lima para procurar um ponto de ônibus para pegar o ônibus, encontramos uma mulher que se propôs a nos ajudar.

Acreditem, ou melhor, pasmem: ela retirou o celular na frente de 4 estranhos e ligou (!) para uma amiga às 5 da manhã para pedir informaçõesque poderiam nos ser úteis!

Simplesmente inacreditável!!! Depois dessa é possível recriar um pingo de esperança, pois ainda existem pessoas legais no mundo!

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Returning (again)

Acho que esse vai ser meu primeiro post não apocalítico-pessimista-down-dark. :D
Há muito tempo li esse texto de Veronica Shoffstall (erroneamente atribuído a William Shakespeare) que traz uma ótima visão sobre o que é a vida, sem otimismos exagerados nem pessimismos "augustinianos" (vide Augusto dos Anjos). Bem, aproveitem:

"Você Aprende - Veronica Shoffstall

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começa a aprender que beijos não são contratos e nem promessas. E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança.

E aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.

Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo. E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam...

E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la, por isso.

Aprende que falar pode aliviar dores emocionais. Descobre que se leva um certo tempo para construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida.

Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem da vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.

Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos mudam, percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa... Por isso, sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.

Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor que pode ser. Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.

Aprende que não importa aonde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.

Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.

Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências.

Aprende que paciência requer muita prática. Descobre que algumas vezes, a pessoa que você espera que o chute quando você cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.

Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.

Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não significa que esse alguém não o ama, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.

Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.

Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado. Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.

Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás. Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.

E você aprende que realmente pode suportar. Aprende que realmente é forte. Aprende que tem valor. E você aprende e aprende. Com cada adeus você aprende"

Link para o original (em inglês) - http://www.yuni.com/library/docs/304.html