segunda-feira, 27 de julho de 2009

Fim do romantismo

Escrevi esse texto há algum tempo atrás (acredito que por volta de 4 meses) e bem, o que posso dizer? É minha opinião. Aqueles que discordarem, por favor, sejam educados e exponham suas visões de forma a acrescentar algo construtivo, não dizendo "nossa, não fala merda!". Tudo pode ser visto por diversos pontos de vista e resolvi pegar um ponto de vista nada explorado sobre o amor e dissertar a respeito. Bem, segue o texto.

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"O amor é uma droga e, como qualquer droga forte, causa dependência". Assim falou (ou algo parecido com isso), Roland Deschain, personagem de Stephen King na septologia "A Torre Negra". E bem, o que posso dizer: ele está certo!

Quando estamos sob efeito do amor um véu transparente e colorido desce sobre nossa visão e então, não importa se estamos tristes, furiosos, deprimidos, etc., sempre veremos um mundo tenuamente trêmulo e colorido. Diga-me se essa não é a mesma sensação relatada por usuários de drogas? E o melhor: sabe por que fazemos isso? Por que usamos drogas, independente de quais sejam? PORQUE SOMOS PESSOAS CRETINAS E COVARDES DEMAIS PARA ENFRENTAR A REALIDADE NUA E CRUA!!!!

Para exemplificar o processo peguemos uma situação qualquer e como se desenrola o vício.

Antes do primeiro amor você vive uma vida tranquila, as coisas se desenrolam numa certa ordem e, por mais que aconteçam coisas ruins, são absorvidas. Então vem o momento derradeiro: nos apaixonamos! E pode ser por uma pessoa do sexo oposto (ou do mesmo, vai saber?), por um trabalho, por um objeto, etc. OK. O véu cai e a vida acaba. Quando o foco do amor desaparecer, for embora, quebrar-se, etc., o véu se levanta e simplesmente não é possível mais encarar o mundo. Não sem aquelas cores! E aqui vem a grande ironia do amor: NÃO NOS APAIXONAMOS PELAS PESSOAS, OBJETOS, ETC. NOS APAIXONAMOS PELA SENSAÇÃO QUE ELAS PROVOCAM!!! Se aparecer outra coisa/pessoa que produza uma sensação igual ou mais forte, pronto! Lá se foi a dor. Olá "brisa"! Estou legal de novo! E não pára por aí!! Ah, não mesmo!! Uma vez apaixonado, esquece. Você desejará essa sensação sempre e sempre e ficar sozinho, sem ninguém para amar, se torna cada vez mais insuportável. Essa dor é tão excruciante que pode levar a casos clínicos de perturbação, paranóia, compulsões e morte. QUALQUER SEMELHANÇA COM DROGAS SINTÉTICAS NÃO É MERA COINCIDÊNCIA!!

Agora, explicado o processo "químico" da coisa, vamos aos aspectos sociais.

Quando estamos apaixonados, nossa libido, nossa concentração, é totalmente voltada ao objeto do nosso amor. Começamos a negligenciar amigos, família, etc. Se não tivermos cuidado perdemos totalmente a vontade de fazer qualquer outra coisa para nos dedicar ao objeto do nosso amor (atire a primeira aquele que nunca passou/viu uma situação dessas!). Esse fato é o mesmo que acontece com viciados em drogas como cocaína, maconha, etc. Quando estão "viajando" negligenciam todas as relações e focam sua atenção na sensação prazeirosa proporcionada pela droga. QUALQUER SEMELHANÇA NÃO É MESMO MERA COINCIDÊNCIA!!!

Mas como nem tudo são espinhos, vamos falar das rosas.

Um velho ditado diz: "A diferença entre o remédio e o veneno é a dose". Fato. E com o amor não é diferente. Se nos abstecemos totalmente do amor seríamos meros robozinhos, sem eira nem beira, vagando sem sentido. O amor por uma atividade, por um amigo, pela família, dosado corretamente, nos mantém sãos. A realidade esmaga de maneira impiedosa e cruel e sem esse apoio seria impossível sobreviver. O grande problema é quando essa dose ultrapassa os níveis permitidos e seguros. Então, a partir desse momento, o amor deixa de ser algo benéfico para se tornar uma droga, com potencial destrutivo muito maior que qualquer droga sintética.

E é claro, sempre haverão os puristas dizendo que o amor mantém o ser humano vivo, que sem isso somos animais, blá, blá, blá. Dirão que o motivo pelo qual amamos é para compartilhar coisas, sensações, sentimentos, etc. Ah, é? Então como podemos passar uma vida inteira amando alguém sem nunca conhecer-lhe todos os segredos? Grande partilha onde, propositalmente, escolhemos alguns dos nossos segredos e os escondemos no sotão de nossas mentes, para nunca dizer a ninguém. Realmente, não acredito que amamos simplesmente por amar. A sensação provocada é o que buscamos assim como buscamos o orgasmo durante o ato sexual.

E bem, seja lá quem inventou o amor, merece meus parabéns! É a melhor forma de controle que existe. Uma pessoa apaixonada nunca, nunca, NUNCA arriscará questionar demais e nem saíra da linha para tentar qualquer tipo de revolução. Alguém tem notícia de alguma revolução provocada por pessoas dopadas de morfina? Ou LSD? Cocaína? NÃO. Porque estão todos muito ocupados absorvendo o máximo que podem da sensação inebriante e aliviadora provocada pela sua droga.

FIM!"

2 comentários:

Adriana Satie disse...

Oi Ale!
Antes de comentar qualquer coisa! Parabens!Adorei este post, vc escreve muito bem!
Deixarei meu humilde comentário, sobre meu ponto de vista...rs
Embora eu esteja com quase 30 anos, ainda não tenho "certeza" sobre o amor.Se ele é bom ou se é uma droga, minha opinião tem variado bastante..
No momento acho o amor uma droga! Embora as pessoas digam que quando estamos apaixonados nunca estamos sós, discordo totalmente! Pois acho que só sentimos solidão qdo estamos apaixonados, pq sentimos falta....
Mas por mais que o amor per uma pessoa ou por alguma coisa seja uma droga! Não há como evitar...

Alexandre Sousa disse...

Muito obrigado Adriana pelo elogio.
E concordo absolutamente com você. Creio que o amor é aquela situação do "mal necessário".
Obrigado pela opinião, pois com certeza enriqueceu bastante o post. Valeu mesmo.

Beijinhos.